quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Te Amo Assim...


Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
Ou arranjo de cravos que propagam o fogo.
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce
E leva dentro de si, escondida, a luz daquelas flores.
E, graças a teu amor, vive obscuro em meu corpo
O denso aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde
Te amo diretamente, sem problemas, nem orgulho
Te amo assim, porque não sei amar de outra maneira.
A não ser deste modo
Em que nem eu sou, nem tu és.
Tão perto, que tua mão sobre meu peito... é minha
Tão perto, que se fecham teus olhos... com meu sono.

        (tradução livre para o Soneto XVII de Pablo Neruda, por MCM)

Simples assim...

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