domingo, 30 de janeiro de 2011

Ciúme...


"O ciúme é uma espécie de temor, que se relaciona com o desejo de conservarmos a posse de algum bem;
E não provém tanto da força das razões que levam a julgar que podemos perdê-lo, como da grande estima que temos por ele, a qual nos leva a examinar até os menores motivos de suspeita e a tomá-los por razões muito dignas de consideração.
E como devemos empenhar-nos mais em conservar os bens que são muito grandes do que os que são menores, em algumas ocasiões essa paixão pode ser justa e honesta.
Assim, por exemplo, um chefe de exército que defende uma praça de grande importância tem o direito de ser zeloso dela, isto é, de suspeitar de todos os meios pelos quais ela poderia ser assaltada de surpresa;
E uma mulher honesta não é censurada por ser zelosa de sua honra, isto é, por não apenas abster-se de agir mal como também evitar até os menores motivos de maledicência.
Mas zombamos de um avarento quando ele é ciumento do seu tesouro, isto é, quando o devora com os olhos e nunca quer afastar-se dele, com medo que ele lhe seja furtado;
Pois o dinheiro não vale o trabalho de ser guardado com tanto cuidado.
E desprezamos um homem que é ciumento de sua mulher, pois isso é uma prova de que não a ama da maneira certa e tem má opinião de si ou dela.
Digo que ele não a ama da maneira certa porque se lhe tivesse um amor verdadeiro não teria a menor inclinação para desconfiar dela.
Mas não é à mulher propriamente que ama: é somente ao bem que ele imagina consistir em ser o único a ter a posse dela;
E não temeria perder esse bem se não julgasse que é indigno dele, ou então que a sua mulher é infiel.
De resto, essa paixão refere-se apenas às suspeitas e às desconfianças;
Pois tentar evitar algum mal quando se tem motivo justo para temê-lo não é propriamente ter ciúmes..."
                                              (René Descartes em As Paixões da Alma de 1649)


"A suspeita e o ciúme são como venenos empregados na medicina... se pouco, salva... se muito, mata!" (Antonio Perez)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sinto Saudades...


Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades... Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
Lembrando do passado e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou, e de quem eu deixei.

Sinto saudades dos que se foram, e de quem não me despedi direito! Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar!

Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade.
 
Eu acredito que um simples "I miss you" ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.

Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis!
De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...
                                                                                                                        (Clarice Lispector)

Simples assim... porque Saudade continua sendo um dos sentimentos mais urgentes que existe...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Paz...


            “Não se pode ter paz... evitando a vida!”
                                                                   (Virginia Woolf)


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Amar...

Já falei aqui sobre o quanto eu gosto de música... Mas, gosto também de poesias, crônicas, pensamentos, textos, enfim tudo que costumo tratar aqui nas Entrelinhas e Espaços...
Sempre que alguma música me desperta algum tipo de interesse, procuro saber mais informações sobre ela... como a letra... músicos que participam da gravação... autores... essas ‘coisinhas’ assim. Foi exatamente desta forma que tive contato com a obra de Florbela pela primeira vez... Em certa oportunidade, ouvindo uma música gravada pelo Fágner, chamada ‘Fanatismo’ me chamou a atenção aquela letra bastante incomum... Logo descobri que a música era na verdade um poema escrito por Florbela Espanca e que fora musicado pelo Fágner.... assim como fez também com ‘Fumo’, ‘Tortura’ e outros poemas dela...
Procurei então conhecer melhor e, cada vez mais, fui admirando as poesias, sonetos e textos desta brilhante poetisa portuguesa, nascida Florbela d’Alma da Conceição Espanca no final do século XIX e que 'foi embora' exatamente no dia em que completava (meros) 36 anos...
Durante um certo tempo, me pareceu que ninguém mais conhecia Florbela...
E é exatamente por isso que resolvi escrever esse post hoje... Para que os leitores do blog sintam-se instigados a conhecê-la... e, principalmente, para uma Amiga recente (nem parece) que ‘ousa’ também conhecê-la...


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui… além…
Mais este e aquele, o outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente.

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz foi prá cantar

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… prá me encontrar…
                                     (Florbela Espanca)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Amor e A Liberdade...



Quando postei fragmentos do diálogo entre Brida e Wicca em dezembro do ano passado num post que chamei de Brida e a Outra Parte..." pensei em escrever um pouco sobre o autor do livro, Paulo Coelho... Porém, me pareceu desnecessário... Afinal, informações sobre ele e sua obra existem aos montes (principalmente na internet)... Acho mesmo que ele é daqueles autores amados e/ou odiados em proporções gigantescas... Não quero aqui entrar nas ‘polêmicas’ (e desnecessárias) comparações entre ele e outros autores ‘clássicos’ da literatura, que tanto encontramos por aí...
Eu, particularmente, gosto muito da sua obra... Tanto como compositor, como também escritor... Já li mais de uma dezena de livros seus e acredito que cada um de nós consegue sempre 'se encontrar' ou mesmo 'se identificar' com os mais diversos personagens, reais ou fictícios, existentes em seus livros...
O primeiro livro que li dele foi justamente Brida... Há mais ou menos uns vinte anos... E o mais recente foi neste final de semana, aliás terminei há pouco... Onze Minutos, que chegou até mim através da minha irmã mais nova, mas que na verdade é de uma amiga dela que também gosta muito de ler... O que já faz dela uma pessoa especial também (thanks, Lis)...



“Era uma vez um pássaro. Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, para alegrar quem o observasse.
Um dia, uma mulher viu esse pássaro e se apaixonou por ele. Ficou olhando o seu vôo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rápido, os olhos brilhando de emoção.
Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.
Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo.
Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E sentiu-se sozinha.
E pensou: – Vou montar uma armadilha. A próxima vez que o pássaro surgir, ele não mais partirá...
O pássaro, que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola.
Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objeto de sua paixão, e ela mostrava pra suas amigas, que comentavam: – Mas você é uma pessoa que tem tudo...
Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: Como tinha o pássaro, e já não precisava conquistá-lo, foi perdendo o interesse.
O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido de sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio... e a mulher já não prestava mais atenção nele, apenas na maneira como o alimentava e como cuidava de sua gaiola.
Um belo dia, o pássaro morreu.
Ela ficou profundamente triste, e vivia pensando nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens.
Se ela observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.
Sem o pássaro, sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater à sua porta.
Por que você veio? perguntou à morte.
Para que você possa voar de novo com ele nos céus; respondeu a morte.


Se o tivesse deixado partir e voltar sempre... você o amaria e o admiraria ainda mais... entretanto, agora você precisa de mim... para poder encontrá-lo de novo...
                                                                                                                             (Onze Minutos)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Escrever...


"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto..."

          (Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa no Livro do Desassossego)


domingo, 23 de janeiro de 2011

Um Anjo...



Há momentos em que a noite se torna mais escura... Aqueles instantes em que as horas vão passando e o sono não vem... Os pensamentos se tornam cada vez mais confusos... Tudo parece ainda mais sem sentido... A única verdade parece ser formada por nossas próprias incertezas... Aquela sensação de ausência só faz aumentar...
Neste momento mais angustiante, ouve-se um breve bater de asas... É um Anjo que vem interferir uma vez mais em nossas vidas... Ao abrir os olhos, contemplo sua linda face diante de mim...
Porque os Anjos não tem hora para surgirem... Às vezes aparecem de madrugada... Nos momentos mais inesperados... Despertam nossos desejos mais secretos... Depois, invadem nossos sonhos mais profundos... E, por instantes, não apenas dissipam a escuridão... Como nos fazem mais felizes que todos os outros dias que antecederam a sua chegada...
                                                                                                                      (MCM)

Nem sempre é tão simples assim...

I'll Be Over You


Some people live their dreams
Some people close their eyes
Some people’s destiny
Passes by

There are no guarantees
There are no alibis
That's how our love must be
Don't ask why

It takes some time
God knows how long
I know that I can forget you

As soon as my heart stops breakin’
Anticipating
As soon as forever is through
I’ll be over you

Remembering times gone by
Promises we once made
What are the reasons why
Nothing stays the same?

There were the nights
Holding you close
Someday I'll try to forget them

As soon as my heart stops breakin’
Anticipating
As soon as forever is through
I’ll be over you…

Algumas pessoas vivem seus sonhos
Algumas pessoas fecham seus olhos
O destino de algumas pessoas
Passam por elas

Não existem garantias
Não existem álibis
É assim que nosso amor deve ser
Não pergunte por que

Leva algum tempo
Deus sabe quanto
Eu sei que posso te esquecer

Tão logo meu coração pare de partir
De forma antecipada
Tão logo a eternidade se acabe
Terei superado você

Lembrando de tempos passados
Promessas feitas uma vez entre nós
Quais são as razões por que
Nada permanece o mesmo?

Houve noites
Em que te abraçava bem perto
Algum dia eu tentarei esquecê-las

Tão logo meu coração pare de partir
De forma antecipada
Tão logo a eternidade se acabe
Terei superado você...
                                       (Lukather/Goodrum:Toto)

“As soon as forever is through… I’ll be over you…”
And what can I do until there… ?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Solidão...




Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é Carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é Saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é Equilíbrio.
Tampouco é a pausa involuntária que o destino nos impõe compulsoriamente,
para que revejamos a nossa vida... Isto é um Princípio da Natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é Circunstância.
Solidão é muito mais que isto...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão, pela nossa alma !!!
                             (Fátima Irene Pinto em Palavras Para Entorpecer O Coração)

Simples assim....

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Os Balões e Os Amores...

"Eu adorava balões de gás quando era criança.
Lembrando disso, aparentemente por acaso, tantos balões depois, recordo com um sentimento muito nítido o prazer macio que experimentava cada vez que ganhava um. Ficava toda prosa. Virava um pé de riso. Andava de um canto para o outro com a pontinha do dedo amarrada ao pedaço de linha que permitia que o levasse comigo e impedia que se afastasse de mim. Aquele fio era a ponte que possibilitava o nosso encontro. O recurso que me garantia que, enquanto eu o mantivesse próximo, o balão permaneceria no mesmo metro quadrado onde o meu encanto existia.

A verdade é que, apesar de tanto zelo e de geralmente, por medida de segurança, chegar a asfixiar a ponta do dedo com tantas voltas de linha, poucos foram aqueles que cumpriram o destino previsto para os balões: estourar de repente ou esvaziar devagarinho até se transformar num pedaço de borracha triste, que em nada se assemelha ao formato anterior.
Na maioria das vezes, a linha se soltava da minha mão por algum descuido e eu assistia o balão voar para longe, cada vez mais longe, cada vez mais longe, cada vez mais longe ainda do meu alcance.

Eu ficava lá, coração marejado, pé de riso sem flor, acompanhando aquele voo permeado de susto e de vento. Olhar estático, vida suspensa, experimentava a impotência de flagrar o afastamento do objeto amado sem poder fazer absolutamente nada que pudesse, naquele trecho dos ponteiros, alterar o itinerário que a surpresa desenhara. Os adultos me confortavam. Prometiam outros balões, que eu sabia que viriam. Costumavam vir.
Mas aquele, aquele lá, que já voava distante, pequenino ponto já sem cor definida no céu, aquele não voltaria mais. Era por aquele que a tristeza virava chuva em meu rosto. Por aquele, cujo fio da linha não consegui manter comigo. Por aquele que despertara os risos que ainda ecoavam em mim.

Depois que virei gente grande, descobri, com lucidez embaraçosa, que alguns amores se afastam do nosso alcance igualzinho ao que acontecia com aqueles balões que vi se distanciarem cada vez mais, cada vez mais, cada vez mais.
No início, a gente caminha todo prosa, um pé de vida florido, pontinha do sonho amarrada ao pedaço de linha que se chama esperança. Planos de jardim com girassóis, filho contente, cachorro, horta, rede na varanda, e aquela mão segurando a nossa, estrada afora.
De repente, começa a ventar o vento que tira os sonhos do lugar, que faz o fio da linha se desprender do dedo, que recolhe a ponte e deixa o abismo. Um vento soprado pela desatenção, o descuido letal para os balões e os amores.

Há um momento sem sol em que a gente percebe que o amor anoiteceu. O coração enxovalhado, ferido, está exaurido pela aflição de tanto esticar-se para tentar alcançar o fio da linha que se soltou e amarrá-lo de novo na pontinha dos sonhos.
No fundo, ele sabe que não o alcançará: voa longe demais da possibilidade de alcance. Se ainda insiste, buscando impulso para pulos cansados, é porque aquele amor, exatamente aquele, ainda é tudo o que ele mais deseja.
Porque não sabe onde colocará as mãos, o encanto, o olhar, depois daquele instante. Porque não lhe importa que outro amor venha ao seu encontro. É aquele, aquele lá, que ainda o descompassa.

Vida marejada, nó apertado na garganta das coisas, chega finalmente o momento em que desejamos apenas o sossego que costuma vir com a aceitação.
Coragem, às vezes, é desapego.
É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta.
É permitir que voe sem que nos leve junto.
É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho.
É aceitar doer inteiro até florir de novo.
É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."
                                                                                           (Ana Jácomo)

Simples assim...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Até a Rapa...


“Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40 graus, uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Pois metade deste povaréu sofre de dor-de-cotovelo.
Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos têm um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isso acontece? Eu tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórica no assunto.
Acho que as pessoas não gastam seu amor.
Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que não.
Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor foi devorado até a rapa.
Dor-de-cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote.
O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia, sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade.
É preciso passar por todas as etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estar aberto para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize.
Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade.
Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.
Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.”
                                                                                            (Martha Medeiros)
Simples assim...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Fechei os Olhos...


"Fechei os olhos para não te ver...
E a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados,
Desceram lágrimas que não enxuguei...
E da minha boca fechada,
Nasceram sussurros...
E palavras mudas,
Que te dediquei..."

“O amor é quando a gente mora um no outro.”
                                            (Mário Quintana)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Anjo Mais Velho

Bem... vira e mexe e aqui estamos novamente para falar de... música, é claro. Só que hoje gostaria de escrever sobre uma trupe que vai muito além das fronteiras meramente musicais... O Teatro Mágico! Os primeiros contatos que tive com a música do grupo foi através de um post que li no blog Entre Parênteses (thanks, Jéssica) e de comentários da minha irmã, que teve o prazer de assistir a um show deles em Curitiba no ano passado (thanks, Déia).
Na última segunda (10/01) foi reprisada a participação deles no Programa Papo Aberto do Gabriel Chalita na Canção Nova... Os ‘caras’ são mesmo muito bons. É muito difícil definir em palavras a mistura de música, circo, teatro, poesia, literatura, política... que eles fazem. As letras são muito inteligentes e a parte musical é executada com muita competência, pelos mais diversos tipos de instrumentos... Como se não bastasse, performances circenses acompanham as suas interpretações musicais.
Quem aprecia as mais diversas manifestações da arte, não pode deixar de conferir... Vale a pena sim, uma visita ao site http://oteatromagico.mus.br/ para conhecer melhor o projeto.


“Tua ausência fazendo silêncio em todo lugar... Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você, só enquanto eu respirar...”



O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar...
                            (O Teatro Mágico, Composição: Fernando Anitelli)