segunda-feira, 4 de abril de 2011

Reticências...

“As reticências são os três primeiros passos do pensamento... que continua por conta própria o seu caminho...”
                                                                 (Mário Quintana)


Quem frequenta o blog há mais tempo, já deve ter percebido o uso constante das reticências... em seus posts... e o que seriam ‘deles’ sem ‘elas’...? Assim como as interpretações do que está nas entrelinhas... ou nos espaços...
Gosto muito das reticências... pois, em alguns momentos, elas dizem muito mais do que as palavras (explícitas)... sejam elas escritas ou faladas...
Enquanto os dicionários apontam o seu uso gramatical como ‘uma figura retórica, representando supressão, omissão ou interrupção’... para mim, é muito mais que isso...
Acho que podem mesmo representar o que quisermos...
Desde uma simples pausa... para reflexão do que anteriormente foi escrito...
Até uma ênfase... no que virá a ser escrito depois...
Ou ainda a continuidade... de uma ideia, um pensamento, um sentimento... onde não queremos colocar um ponto final (ainda)...
Pois... quando usamos apenas um ponto (final)... é porque tudo acaba ali!
Mas, ao colocarmos mais um ponto... e depois, ainda mais outro ao lado desse... abrimos (novas) possibilidades... de continuação... de criação... de recomeço... de interpretação... de imaginação... da história não contada (e por isso não acabada... sem final)... de oportunidades (não experimentadas)... de sensações (não vivenciadas)...
Após as reticências... o pensamento é livre... há uma sensação de infinito nesses pontinhos... uma esperança ao final da frase...
Elas nos levam a lugares... onde nem sempre a realidade nos permite alcançar... mas, onde podemos sonhar...
E, se sonhar (ainda) não é proibido... podemos deixar fluir... nossos pensamentos livres... da eterna razão que os aprisiona... nossos desejos aflorarem... longe desta consciência que os sufoca... antes que sejamos totalmente consumidos por eles...
É lá... onde o impossível não existe... que poderemos estar... sem deixarmos de ser... onde tudo... é uma coisa só...
As reticências são assim... uma verdadeira mistura de ‘stop and go’...
Demonstram a pausa... e a continuidade... a espera de um (re)começo... mas, onde o final... só você pode escrever...
É a chance que você e cada um que está lendo agora... tem de criar sua própria (nova) história... ou, ao menos, permitir-se interferir em seu andamento... através de suas próprias escolhas... antes que chegue ao seu final...
Então... quando, finalmente,  conseguirem ‘escrever’ suas próprias histórias, escrevam... mas, se não encontrarem palavras que representem tal sentimento...
Apenas sintam... respeitem as reticências... procurem nas entrelinhas... preencham os espaços (vazios)... e entendam quais são seus verdadeiros significados...

                                                                                                           (MCM)

“Porque... nem tudo na vida é... simples assim...”

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