Hoje me desfiz dos meus bens...
Vendi o sofá cujo tecido desenhei...
E a mesa de jantar onde fizemos planos...
O quadro que fica atrás do bar,
Rifei junto com algumas quinquilharias da época em que nos juntamos...
A tevê e o aparelho de som... foram adquiridos pela vizinha,
Testemunha do quanto erramos...
A cama, doei para um asilo...
Sem olhar pra trás e lembrar do que ali inventamos...
Aquele cinzeiro de cobre, foi de brinde com os cristais... e as plantas que não regamos...
Coube tudo num caminhão de mudança...
Até a dor... que não soubemos curar... mas que um dia vamos...!
(Martha Medeiros)
Verdades... mas, de uma tristeza profunda...
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