quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Amar...

Já falei aqui sobre o quanto eu gosto de música... Mas, gosto também de poesias, crônicas, pensamentos, textos, enfim tudo que costumo tratar aqui nas Entrelinhas e Espaços...
Sempre que alguma música me desperta algum tipo de interesse, procuro saber mais informações sobre ela... como a letra... músicos que participam da gravação... autores... essas ‘coisinhas’ assim. Foi exatamente desta forma que tive contato com a obra de Florbela pela primeira vez... Em certa oportunidade, ouvindo uma música gravada pelo Fágner, chamada ‘Fanatismo’ me chamou a atenção aquela letra bastante incomum... Logo descobri que a música era na verdade um poema escrito por Florbela Espanca e que fora musicado pelo Fágner.... assim como fez também com ‘Fumo’, ‘Tortura’ e outros poemas dela...
Procurei então conhecer melhor e, cada vez mais, fui admirando as poesias, sonetos e textos desta brilhante poetisa portuguesa, nascida Florbela d’Alma da Conceição Espanca no final do século XIX e que 'foi embora' exatamente no dia em que completava (meros) 36 anos...
Durante um certo tempo, me pareceu que ninguém mais conhecia Florbela...
E é exatamente por isso que resolvi escrever esse post hoje... Para que os leitores do blog sintam-se instigados a conhecê-la... e, principalmente, para uma Amiga recente (nem parece) que ‘ousa’ também conhecê-la...


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui… além…
Mais este e aquele, o outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente.

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz foi prá cantar

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… prá me encontrar…
                                     (Florbela Espanca)

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