quinta-feira, 31 de março de 2011

Tarde demais...


“Conheço uma mulher, já quase cinquentona, que passou boa parte da sua vida apaixonada pelo primeiro namorado.
Eles tiveram um romance caliente lá nos seus 18 anos, depois se separaram e cada um tomou seu rumo.
Ele casou e teve filhos, ela casou e teve filhos.
Nas raras vezes em que se cruzavam pelas ruas da cidade, cumprimentavam-se, perguntavam como andava a vida de um e de outro, mas nada além disso.
A verdade é que ela preservou o sentimento que tinha por ele por muitos anos, mesmo sendo feliz no seu casamento.
Era um amor de estimação...
Até que esse amor, tão sem ressonância, tão sem retribuição, tão sem aditivos, um dia evaporou.
Perdeu o prazo de validade... Expirou!
Dia desses esta mulher recebeu um telefonema. Era ele.
– Oi, tudo bom? Há quanto tempo? (Trivialidades de quem não se fala há anos)
Ela perguntou:
– O que você conta?
Ele respondeu que estava ligando para dizer uma única coisa:
– Eu Te Amo!
Corta... Não teve Happy End...
Ela agradeceu o telefonema, desligaram e ambos seguiram suas vidas...
Conversando com ela sobre isso, senti sua felicidade e desilusão ao mesmo tempo.
Felicidade, logicamente, por ter deixado marcas profundas no coração dele... nem em sonhos ela imaginou que ele também tivesse levado esse sentimento tão adiante.
E a tristeza veio da falta de ressonância, mais uma vez.
Por que a demora?
Por que a falta de sincronia?
Como teria sido se ele houvesse dito isso alguns anos antes?
Agora... já não adiantava.
A beleza e a tristeza da vida podem estar em situações como esta... descobrir, tarde demais, que se ama uma pessoa.
Pode acontecer até com quem está ao nosso lado neste instante.
Parece que é um amor morno e sem graça... e que se acabar, tanto faz... e só daqui a muitos anos descobrir que nada era mais forte e raro do que este sentimento.
Tarde demais é uma expressão cruel...
Tarde demais é uma hora morta...
Tarde demais é longe à beça...
Não é lá que devemos deixar florescer nossas descobertas...”

                                                                             (Martha Medeiros)

Simples assim...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Deixa...


Deixa eu tocar teus lábios... e sentir tua respiração.
Deixa eu abraçar teu corpo... e escutar teu coração.
Deixa eu olhar nos teus olhos... e sentir teu carinho.
Deixa eu tocar teu coração... e ali encontrar o meu.

Deixa eu sentir tua presença... aqui comigo... e sonhar.
Sonhar com tuas mãos... e teus carinhos.
Com teus braços... e teus abraços.
Me deixa sonhar com tua boca... e com teus beijos.

Me deixa te trazer pro meu mundo...
Me deixa te dar meu Amor...
Me deixa segurar tua mão... e te fazer feliz.
Me deixa sussurrar no teu ouvido... ou gritar pra que todo mundo ouça:

Te Quero... Te Amo... Te Adoro... Preciso de Ti...

E, finalmente...
                         Me deixa...
                                           Me deixa ser feliz...
                                                                           Me deixa ser feliz contigo...!

                                                                                   (Autor Desconhecido)

Deixa...?!

terça-feira, 29 de março de 2011

Não...


        “Não me provoque... tenho armas escondidas.
        Não me manipule... nasci pra ser livre.
        Não me engane... posso não resistir.
        Não grite... tenho péssimo hábito de revidar.
        Não me magoe... meu coração já tem muitas mágoas.
        Não me deixe ir... posso não mais voltar.
        Não me deixe só... tenho medo da escuridão.
        Não tente me contrariar... tenho palavras que machucam.
        Não me decepcione... nem sempre consigo perdoar.
        Não espere me perder... para sentir minha falta!”

                                              (Clarice Lispector)

        Simples assim...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Podia ser...


“Podia ser só amizade... paixão... carinho... admiração... respeito... ternura... tesão...
Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima... tinha de ser justo amor, meu Deus?
Porque quando fecho os olhos... é você quem eu vejo... aos lados... em cima... embaixo... por fora... e por dentro de mim.
Dilacerando felicidades de mentira... desconstruindo tudo o que planejei.
Abrindo todas as janelas... para um mundo deserto.
É você quem sorri... morde o lábio... fala grosso... conta histórias... me tira do sério... faz ares de palhaço... pinta segredos... ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maçãs... achar o fim do arco-íris... pisar sobre estrelas... e acordar sereno.
É para já que preciso contar as descobertas... alisar seu corpo... preparar uma massa... sentir seus cílios.
Claro... o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã... e tudo chegará no tempo exato.
Mas... e o dia de hoje?
Não quero saber de medo... paciência... tempo que vai chegar...
Não negue... apareça. Seja forte!
Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto. Não posso esperar.
Tenho tudo pronto dentro de mim... e uma alma que só sabe viver presentes.
Sem esperas... sem amarras... sem receios... sem cobertas... sem sentido... sem passados...
É preciso que você venha nesse exato momento...
Abandone os ‘antes’... chame do que quiser... mas, venha!
Quero dividir meus erros... loucuras... beijos... chocolates…
Apague minhas interrogações... Por que estamos tão perto... e tão longe...?
Quero acabar com as leis da física... dois corpos ocuparem o mesmo lugar...
Não nego... tenho um grande medo de ser sozinho.
Não sou pedaço... mas, não me basto...!”

                                                                      (Caio Fernando Abreu)

“Apague minhas interrogações... Por que estamos tão perto... e tão longe...?”

domingo, 27 de março de 2011

Sonhos...


“Os sonhos não são só realizações de desejos ocultos... mas, uma ferramenta que busca o equilíbrio pela compensação...
São um meio utilizado pelo inconsciente para se comunicar com o consciente...”

                   (Carl Jung, pai da Psicologia Analítica, na década de 30)

sábado, 26 de março de 2011

Still Loving You

Sempre achei interessante como grandes bandas de rock acabam fazendo sucesso (comercial) no Brasil com baladas românticas... Um belo exemplo disso é a lendária banda britânica Queen... cuja música Love of my life não costumava ser nem mesmo incluída nos set lists dos shows da banda, mas depois daquela memorável apresentação no Rock in Rio de 1985...
E, por falar em Rock in Rio... este ano teremos o Festival de volta às nossas terras (final de setembro e começo de outubro)... mas, o post de hoje ainda tem referência com o primeiro grande Festival que o Brasil presenciou em janeiro de 1985...
Escolhi uma balada (óbvio) da banda alemã Scorpions que eu gosto bastante: Still Loving You... sendo que o vídeo postado foi gravado justamente no Rock in Rio... So, enjoy it...
  

Time, it needs time
To win back your love again
I will be there, I will be there
Love, only love can
Bring back your love someday
I will be there, I will be there

Fight, babe, I’ll fight
To win back your love again
I will be there, I will be there
Love, only love
Can break down the wall someday
I will be there, I will be there

If we’d go again
All the way from the start
I would try to change
The things that killed our love
Your pride has built a wall
So strong
That I can’t get through
Is there really no chance
To start once again?
I’m loving you…

Try, baby try
To trust in my love again
I will be there, I will be there
Love, our love
Just shouldn’t be
Thrown away
I will be there, I will be there

If we’d go again
All the way from the start
I would try to change
The things that killed our love

Yes, I’ve hurt your pride,
And I know
What you’ve been through
You should give me a chance
This can’t be the end
I’m still loving you
I’m still loving you
I’m still loving you
I need your love…

I’m still loving you
(still loving you, baby)

I’m still loving you
I need your love
I’m still loving you
I need your love…

I need your love...
Tempo, é preciso de tempo
Para reconquistar seu amor
Eu estarei lá, eu estarei lá
Amor, somente o amor pode
Algum dia trazer de volta seu amor
Eu estarei lá, eu estarei lá

Lutar, querida, eu lutarei
Para reconquistar seu amor
Eu estarei lá, eu estarei lá
Amor, somente o amor
Pode algum dia quebrar a parede
Eu estarei lá, eu estarei lá

Se nós percorrermos novamente
Todo o caminho, desde o princípio
Eu tentaria mudar
As coisas que mataram nosso amor
Seu orgulho construiu uma barreira
Tão forte
Que eu não consigo atravessar
Não há realmente chance
Para recomeçarmos novamente?
Eu estou amando você...

Tente, querida, tente
Confiar no meu amor novamente
Eu estarei lá, eu estarei lá
Amor, o nosso amor
Não deveria ter sido
Jogado fora
Eu estarei lá, eu estarei lá

Se nós percorrermos novamente
Todo o caminho, desde o início
Eu tentaria mudar
As coisas que mataram nosso amor

Sim, eu feri o seu orgulho,
E eu sei
O que você tem passado
Você deveria me dar uma chance
Isto não pode ser o fim
Eu ainda estou amando você
Eu ainda estou amando você
Eu ainda estou amando você
Eu preciso do seu amor...

Eu ainda estou amando você
(ainda amando você, querida)

Eu ainda estou amando você
Eu preciso do seu amor
Eu ainda estou amando você
Eu preciso do seu amor...

Eu preciso do seu amor...


Song by: Klaus Meine / Rudolf Schenker
Performed by: Scorpions


"I’m still loving You baby..."

sexta-feira, 25 de março de 2011

Olhe dentro dos meus olhos...


“Quando vier falar comigo, olhe dentro dos meus olhos...
As respostas que não saírem da minha boca, estarão estampadas no fundo deles...
Cabe a você, saber procurar...”

                                                 (Autor Desconhecido)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Lucidez...


“Em tempos insanos, de tanta gente maluca por vaidade, maluca por dinheiro, maluca por poder... os lúcidos destacam-se pela raridade.
São aqueles que não inventam personagens de si mesmos... não se trapaceiam... não criam fantasias, ao contrário, se comprometem com a verdade.
E se envolver assim com a transparência dos fatos requer uma integridade diabólica.
Para olhar o bicho nos olhos é preciso ser bicho também.
Enfrentar a verdade é quase um ato de selvageria.
Mas, que verdade é essa, afinal?
É aí que o demônio apresenta sua conta... pois o lúcido tem que se confrontar com uma verdade desestabilizadora: a de que não existe verdade absoluta!
Nossos pensamentos não estacionam... nossos desejos variam...
O certo e o errado flertam um com o outro...
Não há permanência... tudo é provisório.
E buscar um porto seguro... é antecipar o fim.
A única segurança está na morte... será ela nosso único endereço definitivo.
Durante o percurso da vida... tudo é movimento, surpresa e sorte...
O lúcido faz parte do time - cada vez mais desfalcado - dos que se desesperam como todo mundo... porém, de um modo mais íntimo e refinado.
O lúcido organiza sua loucura... acondiciona o que está solto no ar... e interliga várias ideias independentes...
Para que, agarradas umas nas outras... não se dispersem... estejam ao alcance da mente.
Quanto mais o lúcido pensa, mais percebe que lucidez plena não existe...
O que existem são suposições... e algumas até coerentes... e que nos mantêm no eixo...
Lúcido é aquele que sabe que lucidez é uma falácia... e não pira com isso...
Pois, lúcido... é só um outro nome para louco... o louco que tem a cabeça no lugar demais...”
                                                (Martha Medeiros em Doidas e Santas)

“Nossos pensamentos não estacionam... nossos desejos variam... o certo e o errado flertam um com o outro... não há permanência... tudo é provisório...”   Ainda bem...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Nada é para sempre...



Não sinto nada mais ou menos... ou eu gosto ou não gosto.
Não sei sentir em doses homeopáticas.
Preciso e gosto de intensidade... mesmo que ela seja ilusória... e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres... paixões não correspondidas... e pessoas água com açúcar.
Não sei brincar e ser café com leite.
Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma... que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois...
Ou... que invente boas estórias... caso não possa vivê-las.
Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante.
E porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas...
Embora o faça sem dificuldade, se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia...
Quero grandes histórias e estórias...
Quero o amor e o ódio...
Quero o mais... o demais... ou o nada...
Não me importa o que é de verdade... ou o que é mentira...
Mas, tem que me convencer... extrair o máximo do meu prazer... e me fazer crer que é para sempre...
Quando eu digo, convicto, que “Nada é para sempre...!”

                                                               (Gabriel García Márquez)

Nada mesmo...

terça-feira, 22 de março de 2011

Me Encante...


Me encante da maneira que você quiser... como você souber...
Me encante, para que eu possa me dar.

Me encante nos mínimos detalhes...
Saiba me sorrir: aquele sorriso malicioso,
Gostoso, inocente e carente.

Me encante com suas mãos...
Gesticule quando for preciso.
Me toque, quero correr esse risco.
Me acarinhe, se quiser...
Vou fingir que não entendo,
Que nem queria esse momento.

Me encante com seus olhos...
Me olhe profundo, mas só por um segundo.
Depois desvie o seu olhar,
Como se o meu olhar,
Não tivesse conseguido te encantar.

E então, volte a me fitar...
Tão profundamente, que eu fique perdido,
Sem saber o que falar.

Me encante com suas palavras...
Me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres,
Me conte segredos, sem medos,
E depois me diga o quanto te encantei.

Me encante com serenidade...
Mas não se esqueça também,
Que tem que ser com simplicidade,
Não pode haver maldade.

Me encante com uma certa calma...
Sem pressa. Tente entender a minha alma.

Me encante como você fez com o seu primeiro namorado...
Sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com certeza.

Me encante na calada da madrugada...
Na luz do sol ou embaixo da chuva.

Me encante sem dizer nada... ou até dizendo tudo...
Sorrindo ou chorando.
Triste ou alegre.
Mas, me encante de verdade, com vontade...

Que depois... eu te confesso que me apaixonei...
E prometo te encantar por todos os dias...
Pelo resto das nossas vidas...!

                                                     (Pablo Neruda)

Simples assim...